Transtorno Afetivo Bipolar, um distúrbio sem cura

Transtorno Afetivo Bipolar, um distúrbio sem cura

30 de Março de 2024

 

Em uma era em que o diagnóstico está a poucos segundos na tela do celular, se autodiagnosticar fica mais fácil, e ao mesmo tempo muito mais perigoso do que se imagina.

Sintomas e diagnóstico

Entendido por muitos como apenas uma ‘frescura da cabeça’, o Transtorno Afetivo Bipolar, é caracterizado como um distúrbio psicoemocional, ou seja, as mudanças de humor. É muito raro ouvirmos a seguinte frase: “nossa, mas você é bipolar”. Essa frase está associada a uma pessoa que em questão de minutos troca de humor, ora está feliz, ora está triste.

Conforme dados de 2019 da Organização Mundial da Saúde (OMS), a bipolaridade afeta cerca de 140 milhões de pessoas no mundo todo e em torno de 2,5% da população brasileira. Além disso, a expectativa de vida de uma pessoa que porta o distúrbio é reduzida em até nove anos. Dessa forma, o Transtorno Bipolar pode sim levar a pessoa a desenvolver em outros estágios a depressão, por exemplo, isso caso não haja um tratamento prescrito por um profissional. Já o diagnóstico para o Transtorno Afetivo Bipolar, é feito principalmente pela mudança de padrão de humor do sujeito. Pode ser realizado a partir dos 18 anos, ou então ainda em adolescentes.

Característica

Para entendermos melhor o distúrbio é importante atentar-se em algumas características desenvolvidas ao longo do período, como explica a Psicóloga Mestre em Psicologia, e Especialista em Psicanálise e Avaliação Psicológica, Marjana Gasparin. “O Polo depressivo apresenta os mesmos sintomas de qualquer quadro depressivo. Quando a pessoa passa para a hipomania, seu comportamento muda drasticamente. Ela fica cheia de energia, mais alegre ou mais irritada. Pelo aumento de energia, a produtividade também aumenta e a necessidade de horas de sono diminui. Nessa fase, a pessoa pode gastar como se não houvesse amanhã, acredita que pode dar conta de tudo e que conseguirá manejar as consequências”, explica Marjana.

Conforme explica a Psicóloga, a hipomania é grau que antecede a mania. Sendo assim, quando a pessoa se encontrar em mania, todos esses sintomas se agravam, podendo ser necessária uma internação psiquiátrica.

“Quando a pessoa retorna para o Polo depressivo e se dá conta de tudo que escolheu enquanto estava em hipomania ou mania, surgem profundos arrependimentos e cobranças, além dos sentimentos relacionados à depressão. Esse é um dos momentos onde, nos casos mais graves, pode haver o suicídio”, finaliza.

 

Tratamento e classificações

O Transtorno Bipolar, não tem cura, mas possui tratamento. Ainda conforme explica a Psicóloga Marjana, o transtorno apresenta 3 grupos, sendo eles: TAB tipo 1, TAB tipo 2, e TAB tipo 3.

“O tipo 1 é aquele em que o paciente teve pelo menos 1 episódio de mania ao longo da vida, independentemente da quantidade de episódios de depressão ou de hipomania. No tipo 2 o sujeito teve pelo menos 1 episódio de hipomania e 1 episódio depressivo na vida, e nenhum episódio de mania. A ciclotimia é caracterizada pela flutuação dos Estados de humor, do Polo depressivo ao Polo maníaco, com sintomas mais brandos e de curta duração. A pessoa oscila mais, com vários episódios de depressão e hipomania, porém com sintomas mais brandos do que o tipo 1 e 2, por isso, não fechando critérios diagnósticos para TAB, sendo por isso chamado de ciclotimia”, conclui.